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Uma Semana Costurada Pelo Tempo

    Se buscarmos no livro de recordações de nossas memórias, certamente encontraremos aquelas Semanas Santas mais especiais que guardamos com carinho por ali. Este livro imaginário é riquíssimo, e somente os que entenderam que a cada ano a Semana Maior traz nas mesmas cerimônias e procissões uma mensagem ímpar, que não se repete nunca mais, é que podem dizer o quanto precisam folheá-lo para percorrê-lo do início ao fim. E certamente 2017 terá reservado algumas boas páginas!

     Uma Semana Santa com tantas novidades, das quais poderíamos dizer que 99% se saíram bem e que teve direito ainda a um “anexo” de outros 7 dias por conta da estreia do Solene Setenário das Dores de Maria e fora muito bem celebrado com adesão de público… Como teria ficado Maria diante desta bela homenagem em pleno ano Mariano? Estava ela, olhando chorosa por seus filhos sobre o altar do Sagrado Coração. E teve quem se emocionasse com as lindas músicas e as cenas mudas promovidas pelo Grupo SacrArte durante o Evangelho de cada dia, grupo tal que não se contentou em envolver o público somente na Apresentação de Abertura, no dia 8. E por sinal, a peça levada ao palco simbolizou o maior desafio desde o início das suas atividades em 2010, com desafios enormes, mas que soube enfrentá-los com cabeça erguida e dando conta do recado.

 

     Um gostinho de encenação ainda ficaria na manhã do Domingo de Ramos com as crianças da Catequese que contaram com a presença de um jumentinho para retratar a Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém e colorir este dia tão dual! E que alegria: a Procissão Solene dos Ramos voltaria para o seu horário da tarde, sendo conduzida pelos jovens, assim como também a Missa das 18h, constituindo-se um dos momentos da Semana com maior número de povo. Não poderia passar despercebido o alto número de fieis que subiu as ladeiras do Dom Bosco para levar a Mãe Dolorosa!

     Uma Semana costurada pelo tempo! Que respeitou as manifestações de fé, sem incidentes de clima ou de organização. Chuvas não foram motivos de temor nestes dias intensos, até porque parecia ter-se feito um acordo com São Pedro: imediatamente após a Procissão do Encontro e a Transladação do Santíssimo, vieram gotas d’água ou chuva mansa que em nada atrapalharam o programado. Até mesmo o mal tempo da Quarta melhorou para que o povo pudesse ir com tranquilidade para o Ofício de Trevas, que este ano contou com a agradável presença de nosso Arcebispo Dom Gil Antônio.

    Mas se algo irrompeu o chronus e a percepção de realidade, sem dúvida foi a Procissão do Enterro que, mesmo não batendo nenhum recorde extraordinário de povo mostrou o potencial de São Mateus em emocionar e organizar um cortejo sem defeitos, onde tudo, absolutamente tudo, funcionou 100%. Numa representação de personagens mais completa do que os anos anteriores e com um cortejo arrojado, nada poderia conter a surpresa garantida pela pequena banda criada para tocar as Saetas del Silencio de Sevilla após os cantos da Verônica, rodeada por luzes em porta velas personalizados com figuras das imagens de devoção da Semana Santa de  nossa Paróquia… E ainda passar pela Rua Antônio Passarela banhada pelo perfume de Dama da Noite… Algo tão sublime quanto os incensos de Amêndoas da Santa Cruz na Vigília Pascal!

     Esperamos ter feito preencher mais uma página de seu livro com esta bela crônica. Mas dessa vez, as páginas de outro livro: o livro da vida. Aquele em que escrevemos os passos mais importantes de nossos dias aqui na Terra. Pois, quem há de duvidar que não há presente maior que viver o Mistério da Paixão em Comunhão?

     Tenha uma Feliz e Santa Páscoa a você e toda a família! E aguardamos 2018 na mais tradicional Santa Semana da cidade!

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