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FORMAÇÕES

Maria, Rainha dos Apóstolos 

 

Contribuição: Ana Carolina Caetano

 

A Igreja enquanto instituição salvífica possui algumas características próprias construídas ao longo dos tempos por Deus através dos homens. Ela é Católica, Apostólica e Romana.

O adjetivo católico vem do grego “katholikos” que significa “aquilo que é conforme o todo”. Ou seja ela é universal, é uma Igreja de todos e para todos, sem distinção alguma.  Apostólica porque tem seu fundamento histórico na sucessão dos apóstolos de Cristo. Ser apóstolo (grego ἀπόστολος) é ser “enviado em missão”. Se fizermos todo o percurso chegaremos até São Pedro que foi instituído pelo próprio Jesus conforme nos diz São Mateus em seu evangelho (Mateus 16, 18).

Romana porque está centrada no trono petrino que está localizado em Roma. A unidade organizacional e política ajuda a manter a unidade espiritual da Igreja.

A partir dessas características, nos debruçamos sobre aquela que foi modelo de apostolado e seguimento a Jesus, sua Mãe Maria. A Virgem Maria possibilitou concretizar o plano de redenção humana, pelo seu “sim” hoje também podemos afirmar o nosso “sim”. Ela foi instrumento e serva para a encarnação do Verbo de Deus

 

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade. (João 1, 14)

 

Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. (São Mateus 1, 18)

 

Se ser apóstolo é assumir a responsabilidade de uma missão, de um chamado, uma função, Maria contemplou todas as facetas de um autêntico missionário de Cristo. Esteve com Ele em todos os momentos, bons e ruins. Acompanhou silenciosamente todas as maravilhas, testemunhos, milagres, transformações de vida, aumento da fé do povo. Mas também viu e sentiu as provações, incredulidades, chacotas, humilhações, decepções, irritações, perseguições e paixão e morte do Senhor Jesus. E também a Ressureição! Sim, porque quem persevera chega até a glória.

Tracemos brevemente a missão de Maria, para compreendermos o quão certo são os caminhos de Deus apesar de, às vezes, aos nossos olhos parecer loucura:

 

  • disse “sim” para o plano de Deus: “Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra [...]” (Lucas 1, 38)

  • disponibilidade para ajudar quem precisa: “Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. [...] Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa.” (Lucas 1, 39-40, 56)

  • silenciosamente, meditava sobre a realidade ao seu redor: “E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita. E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam. Mas Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração.” (Lucas 2,17-19)

  • sofrendo desprezo e incredulidade: “Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs? E ficaram perplexos a seu respeito.” (Marcos 6, 3)

  • atenta às necessidades dos outros e intercedendo: “Três dias depois, celebravam-se bodas em Caná da Galiléia, e achava-se ali a mãe de Jesus. Também foram convidados Jesus e os seus discípulos. Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: Eles já não têm vinho. Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou. Disse, então, sua mãe aos serventes: Fazei o que ele vos disser.” (João 2, 1-5)

  • mesmo no sofrimento, se mantinha forte: “E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena.” (João 19, 25)

  • aceitando o acolhimento e maternidade dos homens: “Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.” (João 19, 26-27)

 

Maria nos oferece valiosos conselhos e exemplos de como ser cristão. Temos que viver intensamente cada momento, vivermos os dons do Espírito Santo, aceitarmos a cruz de cada dia, estarmos à disposição de quem mais precisa, acolher quem a vida nos traz, aceitar a missão que nos é dada, tudo isso na certeza de desfrutarmos a presença de Deus após nossa morte.

No livro “Instruções dos santos para a felicidade”, o escritor católico Robert Ellsberg fala que temos que estar abertos a aprendizagem para sermos felizes de verdade. Precisamos estar dispostos a aprender a viver, renunciar, trabalhar, aquietar, amar, sofrer, morrer e a enxergar. Acredito que Maria foi aprendendo ao longo da sua missão tudo isso e nos deixa um legado muito grande de perseverança e fé, um verdadeiro testemunho de santidade.

Observando friamente, podemos pensar que se ela intercedendo por um casal, recém casados em sua festa de casamento, conseguiu suprir uma necessidade material (bebida para os convidados), o que poderá fazer por nós hoje? Muito, muito mais do que precisamos. Se refletirmos melhor, podemos perceber que Maria vem nos ajudar a nos esvaziarmos do que não nos aproxima de Deus para que Cristo possa nos preencher com o que realmente importa. Que Maria nos ajude a assumir nossa missão, crescendo espiritualmente no serviço a Deus e a Igreja. Que assim seja!


 

REFERÊNCIAS

 

AQUINO, Felipe. Desde quando a Igreja passou a usar o nome Católica? Editora Cléofas, 29 dez. 2016. Disponível em:  < http://cleofas.com.br/desde-quando-a-igreja-passou-a-usar-o-nome-catolica-2/ >. Acesso em: 03 jan. 2017.

 

BÍBLIA CATÓLICA. Evangelhos. Disponível em: < http://www.bibliacatolica.com.br/ >. Acesso em: 03 jan. 2017.


ELLSBERG, Robert. Instruções dos santos para a felicidade: lições práticas para as grandes questões da vida. Rio de Janeiro: Nova Era, 2006.

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